Arte de cozinhar saudável - Conselhos Sobre o Regime Alimentar
Arte de cozinhar saudável
Capítulo 14— Arte de cozinhar saudável
É pecado o cozinhar deficiente
368. É pecado pôr na mesa alimento mal preparado, porquanto a questão da comida diz respeito ao bem-estar de todo o organismo. O Senhor deseja que Seu povo aprecie a necessidade de alimento preparado de maneira a não acidificar o estômago, tornando assim azedo o temperamento. Lembremo-nos de que há religião prática em um pão bem feito.
O conhecimento culinário vale dez talentos
Não seja considerado o trabalho culinário uma espécie de servidão. Que seria dos habitantes do mundo se todos quantos se ocupam na cozinha viessem a abandonar seu trabalho com a frívola desculpa de que ele não era suficientemente honroso? Cozinhar pode ser olhado como menos desejável que outros ramos de serviço, mas na realidade é uma ciência mais valiosa que todas as outras. Assim considera Deus o preparo da comida saudável. Tem alta estima por aqueles que fazem obra fiel em preparar alimento saudável e apetecível. A pessoa que entende da arte de preparar devidamente a comida, e se serve desse conhecimento, é mais digna de louvor do que as que se empenham em qualquer outro ramo de trabalho. Este talento deve ser considerado como valendo dez talentos; pois seu justo emprego tem muito que ver com a conservação do organismo humano em estado saudável. Visto estar tão inseparavelmente ligado com a vida e a saúde, é o mais valioso de todos os dons. — Manuscrito 95, 1901.
O respeito devido à cozinheira
369. Prezo minha costureira, dou valor a minha datilógrafa; minha cozinheira, porém, que sabe bem a maneira de preparar a comida para manutenção da vida e nutrição do cérebro, dos ossos e músculos, ocupa o mais importante lugar entre os ajudantes de minha família.— Testimonies for the Church 2:370 (1870). [252] 370. Alguns que aprendem a arte da costura, da composição, da revisão, da contabilidade ou do magistério, consideram-se demasiado aristocratas para se associarem com uma cozinheira. Essas idéias têm penetrado quase todas as classes da sociedade. A cozinheira é levada a sentir que sua ocupação é de molde a rebaixá-la na escala social, e que não deve esperar associar-se em nível de igualdade com a família. Surpreender-vos-eis então se moças inteligentes procuram outro emprego? Admira que haja tão poucas cozinheiras educadas? O que admira é que haja tantas que se submetam a esse tratamento. A cozinheira ocupa lugar importante na vida doméstica. Prepara o alimento a ser introduzido no estômago, a formar o cérebro, os ossos, os músculos. A saúde de todos os membros da família depende em grande parte de sua habilidade e inteligência. Os deveres domésticos nunca hão de receber a justa atenção enquanto os que os desempenham fielmente não forem tidos na devida consideração. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 74 (1890). 371. Há muitas moças que se casaram e têm família, as quais pouco conhecimento prático têm dos deveres que recaem sobre a esposa e mãe. Sabem ler, e tocar um instrumento de música; mas não sabem cozinhar. Não sabem fazer bom pão, o que é muito necessário à saúde da família. ... Cozinhar bem, pôr sobre a mesa alimento saudável de modo convidativo, requer inteligência e experiência. A pessoa que prepara o alimento que vai ser introduzido em nosso estômago, para ser convertido em sangue que vai nutrir o organismo, ocupa posição importantíssima e elevada. A posição de copista, modista ou professora de música não tem a importância da de cozinheira.—Testimonies for the Church 3:156-158 (1873).
É dever de toda mulher tornar-se eficiente cozinheira
372. Muitas vezes nossas irmãs não sabem cozinhar. A essas, eu diria: Eu iria à melhor cozinheira da região, e ficaria, se necessário, semanas até que me tornasse senhora dessa arte —uma cozinheira [253] inteligente e capaz. Eu seguiria esse curso, caso tivesse quarenta anos. É dever vosso saber cozinhar, e cumpre-vos também o dever de ensinar vossas filhas a cozinhar. Enquanto lhes estais ensinando a arte culinária, estais construindo-lhes em torno uma barreira que a protegerá da leviandade e do vício em que de outro modo seriam tentadas a cair. — Testimonies for the Church 2:370 (1870). 373. Para aprender a cozinhar, as mulheres devem estudar, e depois transformar pacientemente o que aprenderam em prática. O povo sofre por não se dar ao trabalho de assim fazer. Digo a esses: É tempo de se despertarem suas adormecidas energias, e buscarem informações. Não pensem ser perdido o tempo empregado em adquirir inteiro conhecimento e experiência no preparo de alimento são e apetecível. Não importa quão longa haja sido sua experiência na cozinha, se ainda têm a responsabilidade de uma família, cumprelhes o dever de aprender a dela cuidar devidamente. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 49; Conselhos Sobre Saúde, 117 (1890).
Homens e mulheres aprendam a cozinhar
374. Muitos dos que adotam a reforma alimentar se queixam de que não se dão bem com ela; depois de sentar-me à sua mesa, porém, chego à conclusão de que não é a reforma que tem a culpa, mas a comida deficientemente preparada. Apelo para homens e mulheres a quem Deus deu inteligência: Aprendam a cozinhar. Não cometo nenhum erro quando digo “homens”, pois eles, da mesma maneira que as mulheres, precisam compreender o preparo simples e saudável do alimento. Suas ocupações levam-nos muitas vezes a lugares onde não lhes é possível obter comida saudável. Poderão ser chamados a passar dias e até semanas entre famílias inteiramente ignorantes a esse respeito. Então, caso possuam o conhecimento, poderão usá-lo bem.—Christian Temperance and Bible Hygiene, 56, 57; Conselhos Sobre Saúde, 155 (1890).
Estudar revistas sobre saúde
375. Os que não sabem cozinhar saudavelmente, devem aprender a combinar bons e nutritivos artigos de alimentação de maneira a [254] prepararem pratos apetitosos. Assinem, os que desejam adquirir conhecimento nesse sentido, nossas revistas de saúde. Encontrarão nelas informações a esse respeito. Sem exercer contínuo engenho, ninguém pode primar na cozinha saudável, mas aqueles cujo coração se acha aberto às impressões e sugestões vindas do grande Mestre aprenderão muitas coisas, e serão também capazes de ensinar a outros; pois Ele lhes dará habilidade e compreensão.—Carta 135, 1902.
Estimular o desenvolvimento do talento individual
376. É desígnio divino que em toda parte homens e mulheres sejam animados a desenvolver seus talentos pelo preparo de alimentos saudáveis dos produtos em estado natural, oriundos da sua própria região do país. Se recorrerem a Deus, exercendo perícia e habilidade sob a guia do Seu Espírito, aprenderão a transformar em alimentos saudáveis os produtos em estado natural. Conseguirão, dessa forma, ensinar os pobres a proverem-se de alimentos que substituirão a alimentação cárnea. Os que assim forem auxiliados, poderão por sua vez instruir outros. Semelhante trabalho será, ainda, feito com zelo e energia consagrados. Caso houvesse sido feito anteriormente, haveria hoje muitas mais pessoas na verdade, e muitas mais que poderiam ministrar instruções. Aprendamos qual é o nosso dever, e depois façamo-lo. Não devemos ficar na dependência de outros e incapacitados, confiando noutros para o trabalho que Deus nos confiou a nós. —Testemunhos Selectos 3:136, 137 (1902).
Um brado por escolas de arte culinária
377. Em ligação com nossos sanatórios e escolas deve haver escola de arte culinária, onde se dêem instruções quanto ao preparo apropriado do alimento. Em todos os nossos colégios deve haver pessoas aptas a prepararem os alunos, tanto rapazes como moças, na arte culinária. Especialmente as mulheres devem aprender a cozinhar. — Manuscrito 95, 1901. 378. Pode-se prestar um bom serviço ensinando o povo a preparar comida saudável. Este ramo de trabalho é tão essencial como [255] qualquer outro que se possa empreender. Devem-se estabelecer mais escolas de arte culinária, e alguns deveriam trabalhar de casa em casa, dando instruções nessa arte de preparar alimento saudável. — The Review and Herald, 6 de Junho de 1912. [Ver “Escolas de Arte Culinária” na Seção XXV]
A reforma de saúde e a boa cozinha
379. Uma das razões por que muitos têm ficado desanimados na prática da reforma de saúde é não haverem aprendido a cozinhar de maneira que a comida conveniente, preparada de maneira simples, suprisse o lugar do regime a que estavam acostumados. Ficam desgostosos com os pratos deficientemente preparados, e ouvimo-los em seguida dizer que tentaram a reforma de saúde, e não podem viver dessa maneira. Muitos tentam seguir insuficientes instruções quanto a essa reforma, e fazem obra tão deficiente, que resulta em prejuízo para a digestão, e desânimo para todos os que se acham envolvidos na tentativa. Professais ser reformadores no que diz respeito à saúde, e por esta mesma razão deveis tornar-vos bons cozinheiros, Os que se podem aproveitar das vantagens de escolas de arte culinária vegetariana convenientemente dirigidas, verificarão ser isto de grande benefício, tanto para seu próprio uso como para ensinar a outros. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 119; Conselhos Sobre Saúde, 450, 451 (1890).
Mudança do regime cárneo
380. Aconselhamos-vos a mudar vossos hábitos de vida; ao passo, porém, que isto se fizer, advertimos-vos a fazê-lo sabiamente. Conheço famílias que mudaram do regime cárneo para um regime pobre. Seu alimento é tão deficientemente preparado, que o estômago o aborrece, e depois me disseram que a reforma de saúde não lhes vai bem; que se estavam enfraquecendo. Aí está uma razão por que alguns não foram bem-sucedidos em seus esforços para simplificar a comida. Usam um regime sem nutrição. A comida é preparada sem capricho, e comem continuamente a mesma coisa. Não deve haver muitas espécies na mesma refeição, mas todas as refeições não devem constar dos mesmos pratos, sem variação. A comida deve ser preparada com simplicidade, todavia de maneira [256] a se tornar apetecível. Deveis evitar a gordura. Ela prejudica qualArte de cozinhar saudável 221 quer espécie de prato que prepareis. Comei abundância de frutas e verduras. — Testimonies for the Church 2:63 (1868); Testemunhos Selectos 1:194, 195. 381. O devido preparo do alimento é importantíssima consecução. Especialmente onde a carne não constitui artigo principal de alimentação, é o bom preparo da comida requisito essencial. Importa preparar-se alguma coisa que substitua a carne, e esses substitutos precisam ser bem preparados, de maneira que a carne não seja desejada.— Carta 60a, 1896. 382. É positivo dever do médico educar, educar, educar, pela pena e pela voz, todos quantos tenham a responsabilidade de preparar o alimento para a mesa.— Carta 73a, 1896. 383. Necessitamos de pessoas que se eduquem no preparo saudável do alimento. Muitos há que sabem cozinhar carnes e verduras por diferentes formas, e que ainda não compreendem o preparo simples de pratos apetitosos. — The Youth’s Instructor, 31 de Maio de 1894. [Pratos insípidos— 324 e 327] [Demonstrações em reuniões campais—763] [A necessidade de substitutos da carne indicados em 1884 — 720] [Hábeis arranjos de prêmios como auxílio à reforma de saúde — 710] [Tato e discernimento requeridos na obra de instruir na cozinha sem carne— 816]
A cozinha deficiente causa de enfermidade
384. Por falta de conhecimento e habilidade quanto à cozinha, muita esposa e mãe põe diariamente diante da família comida mal preparada, que está firme e seguramente desequilibrando os órgãos digestivos, e produzindo uma pobre qualidade de sangue; o resultado —freqüentes ataques de doenças inflamatórias, e morte por vezes. ... Podemos ter variedade de comida boa e saudável, preparada de maneira saudável, de maneira que seja aprazível a todos. É de importância vital saber cozinhar bem. A cozinha deficiente causa doenças e mau humor; o organismo fica desarranjado, e não se podem perceber as coisas celestiais. Há mais religião na boa cozinha [257] do que podeis imaginar. Quando, por vezes, tenho estado ausente de casa, conheci que o pão que se achava na mesa, bem como a maior parte dos alimentos me fariam mal; mas fui obrigada a comer um pouco a fim de sustentar-me. É pecado aos olhos de Deus fazer comida dessa espécie. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 156-158 (1890).
Epitáfios apropriados
385. A comida deficiente, mal cozida, estraga o sangue, por enfraquecer os órgãos que o preparam. Isto desarranja o organismo, trazendo doenças, com seu cortejo de nervos irritados e mau gênio. As vítimas da deficiência culinária contam-se aos milhares e dezenas de milhares. Sobre muitos túmulos se poderia gravar: “Morto devido à má cozinha”; “Morto por maus tratos infligidos ao estômago.”
Almas perdidas em conseqüência da cozinha deficiente
É um sagrado dever para os que cozinham o saber preparar alimento saudável. Muitas almas se perdem em razão de um modo errôneo de preparar a comida. Exige reflexão e cuidado o fazer um bom pão; há, porém, mais religião num pão bem feito do que muitos pensam. Na verdade há poucas boas cozinheiras. As jovens entendem ser coisa servil cozinhar e fazer outros serviços domésticos; e, por isso muitas moças que se casam e têm cuidado de família, pouca idéia possuem dos deveres que impendem sobre a esposa e mãe.
Não é ciência insignificante
Cozinhar não é ciência desprezível, porém uma das mais essenciais na vida prática. É uma arte que todas as mulheres deviam aprender, devendo ser ensinada de um modo que beneficiasse às classes mais pobres. Fazer comida apetecível e ao mesmo tempo simples e nutritiva, requer habilidade; pode no entanto ser feito. As cozinheiras devem saber preparar alimento simples, de maneira simples e saudável, e de modo que seja mais apetecível e mais são, justo por causa de sua simplicidade. Toda mulher que se encontra à testa de uma família e ainda não entende da arte da cozinha saudável, deve decidir aprender aquilo que é tão essencial ao bem-estar de sua casa. Em muitos lugares, escolas de cozinha saudável oferecem ensejo de uma pessoa se instruir [258] nesse sentido. Aquela que não tem o auxílio de tais facilidades, deve tomar instruções com uma boa cozinheira, perseverando em seus esforços por se aperfeiçoar até se tornar senhora da arte culinária. — A Ciência do Bom Viver, 302, 303 (1905). [A arte de cozinhar é a mais valiosa de todas as artes, porque está intimamente relacionada com a vida—817]
Estudai economia
386. Em todo ramo de cozinha a questão a ser considerada, é: “Como preparar a comida pela maneira mais natural e menos dispendiosa?” E deve haver atento cuidado para que os restos do alimento que sobram da mesa não sejam desperdiçados. Refleti na maneira de fazer com que essas sobras não se percam. Essa habilidade, economia e tato equivalem a uma fortuna. Nas partes mais quentes da estação, preparai menos comida. Usai mais substâncias secas. Há muitas famílias pobres que, se bem que mal tenham o suficiente para comer, podem muitas vezes ser esclarecidas quanto à razão de serem pobres; há tantos jotas e tis desperdiçados!— Manuscrito 3, 1897.
Vidas sacrificadas ao comer segundo a moda
387. Para muitos, o todo-absorvente objetivo da vida — o que justifica todos os dispêndios de labor—é aparecer segundo o último estilo. Educação, saúde e conforto são sacrificados no altar da moda. Mesmo no arranjo da mesa a moda e a exibição exercem sua maléfica influência. O preparo saudável do alimento torna-se questão secundária. O servir grande quantidade de pratos absorve tempo, dinheiro e sobrecarga de trabalho, sem efetuar bem algum. Pode ser da moda servir meia dúzia de pratos numa refeição, mas esse costume arruína a saúde. É um costume que homens e mulheres de bom senso devem condenar, tanto pelo preceito como pelo exemplo. Tende um pouco de consideração pela vida de vossa cozinheira. “Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestido?” Em nossos dias, os deveres domésticos exigem quase todo o tempo da dona-de-casa. Quão melhor seria para a saúde da família, se [259] os preparativos para a mesa fossem mais simples! Milhares de vidas são sacrificadas todos os anos nesse altar — vidas que poderiam haver sido prolongadas, não fosse essa infindável rotina de deveres criados. Desce ao túmulo muita mãe que, se houvesse mantido hábitos simples, poderia viver para ser uma bênção no lar, na igreja e no mundo.— Christian Temperance and Bible Hygiene, 73 (1890). [Males do sistema de séries de pratos—218]
A escolha e preparo de alimentos é importante
388. Não é absolutamente necessária a grande quantidade de pratos que se fazem. Tampouco deve haver qualquer regime deficiente, seja na qualidade seja na quantidade.— Carta 72, 1896. 389. É de importância que o alimento seja preparado com cuidado, para que o apetite, quando não pervertido, o possa saborear. Pelo fato de, por princípio, rejeitarmos carne, manteiga, pastéis de carne, especiarias, toucinho e o que irrita o estômago e destrói a saúde, não se deve dar nunca a idéia de que não tem muita importância o que comemos. — Testimonies for the Church 2:367 (1870); Testemunhos Selectos 1:189. 390. É pecado comer apenas para satisfazer o apetite, mas não se deve ser indiferente quanto à qualidade da comida, ou à maneira de prepará-la. Se a comida que comemos não é saborosa, o organismo não recebe tanta nutrição. O alimento deve ser cuidadosamente escolhido e preparado com inteligência e habilidade.—A Ciência do Bom Viver, 300 (1905).
O desjejum estereotipado
391. Eu pagaria mais por uma cozinheira que por qualquer outra parte de meu trabalho. ... Caso essa pessoa não seja apta e não tenha capacidade para cozinhar, vereis, como tem acontecido conosco, o desjejum estereotipado — mingau de milho, pão do padeiro e alguma espécie de molho, e isso é tudo, com exceção de um pouco de leite. Ora os que comem isso por meses, sabendo o que lhes vai ser posto adiante a cada refeição, chegam a recear a hora que devia [260] ser interessante para eles, como o temido período do dia. Creio que não entendereis tudo isso a menos que o tenhais experimentado. Mas fico realmente perplexa a esse respeito. Devesse eu repetir os preparativos para vir a este lugar, diria: Dêem-me uma cozinheira de experiência, que tenha algumas faculdades inventivas, para preparar pratos simples e saudáveis, e que não desagradem ao apetite. — Carta 19c, 1892.
Estudar e praticar
392. Muitos não acham que isto [cozinhar] seja uma questão de dever, e daí não tentam preparar devidamente o alimento. Este se pode fazer de maneira simples, saudável e fácil, sem banha, manteiga, ou carne. A habilidade deve unir-se à simplicidade. Para isso as mulheres precisam ler, e depois, com paciência, pôr em prática o que lêem. Muitos estão sofrendo porque não se dão ao trabalho de assim fazer. A esses, digo: É tempo de despertardes as energias adormecidas, e ler. Aprendei a cozinhar com simplicidade, e todavia de maneira a conseguir o alimento mais saboroso e saudável. Porque é errado cozinhar meramente visando agradar ao paladar, ou para satisfazer ao apetite, ninguém entretenha a idéia de ser direito um regime alimentar deficiente. Muitos se acham debilitados por doenças, e necessitam de um regime nutritivo, abundante e bem preparado.
Importante ramo de educação
É dever religioso para os que cozinham aprenderem a preparar alimento saudável em diferentes maneiras, de modo a serem ingeridos com prazer. As mães devem ensinar seus filhos a cozinhar. Que ramo da educação de uma jovem pode ser tão importante como esse? A comida tem que ver com a vida. O alimento escasso, empobrecido, mal preparado, está continuamente empobrecendo o sangue mediante o enfraquecimento dos órgãos que o fazem. É altamente essencial que a arte culinária seja considerada uma das mais importantes matérias na educação. Poucas são as boas cozinheiras. As jovens acham que é descer a uma baixa ocupação tornar-se cozinheira. Não é assim. Elas não encaram a questão do devido ponto de vista. O conhecimento acerca do preparo do alimento saudável, do pão em especial, não é ciência inferior. ... [261]
As mães negligenciam esse ramo na educação de suas filhas.
Elas tomam sobre si o fardo do cuidado e do labor, esgotam-se rapidamente, enquanto a filha é desculpada para fazer visitas, crochê, ou considerar seu próprio prazer. Isso é um amor mal compreendido, mal compreendida bondade. A mãe está causando um dano a sua filha, dano que muitas vezes perdura para toda a vida. Na idade em que ela deve ser capaz de assumir algumas das responsabilidades da vida, acha-se inapta para elas. Essas não tomarão cuidados nem encargos. Andam ociosas, escusando-se de responsabilidades, enquanto a mãe verga ao peso de seus fardos e cuidados, como um carro sob os molhos. A filha não tenciona ser desamorável, mas é descuidosa e irrefletida, do contrário notaria o aspecto fatigado, e perceberia a expressão de dor no semblante de sua mãe, procurando então fazer sua parte, levar o maior peso da responsabilidade, aliviando a mãe, que precisa ser livre do cuidado, do contrário cairá no leito do sofrimento e, talvez, da morte. Por que serão as mães tão cegas e negligentes na educação de suas filhas? Tenho-me afligido ao visitar diferentes famílias, vendo as mães a carregar pesados encargos, ao passo que a filha, que manifestava vivacidade de espírito, e possuía boa dose de saúde e vigor, não sentia nenhum cuidado, nenhuma preocupação. Quando há grandes reuniões, e as famílias se acham sobrecarregadas com visitas, tenho visto a mãe suportando o fardo, tendo sobre si o cuidado de tudo, enquanto as filhas estão sentadas tagarelando com as jovens amigas, num intercâmbio social. Estas coisas se me afiguram tão erradas, que mal me posso conter de falar às irrefletidas moças e dizer-lhes que vão trabalhar. Aliviai vossa mãe fatigada. Conduzi-a a um lugar na sala, e insisti com ela para que descanse e frua a companhia de seus amigos. Mas as filhas não têm toda a culpa nessa questão. A mãe está em falta. Não ensinou pacientemente as filhas a cozinhar. Sabe que elas carecem de conhecimentos no que respeita à cozinha, e assim não sente alívio do labor. Precisa atender a tudo quanto requer cuidado, reflexão e atenção. As moças devem ser cabalmente instruídas na [262] cozinha. Sejam quais forem suas circunstâncias na vida, aí está um conhecimento que pode ser posto em uso prático. É o ramo da educação que tem influência mais direta sobre a vida humana, especialmente daqueles que mais queridos nos são. Muita esposa e mãe que não teve a devida educação, e a quem falta habilidade na arte culinária, apresenta diariamente a sua família comida mal preparada, a qual vai firme e seguramente destruindo os órgãos digestivos, preparando deficiente qualidade de sangue, e trazendo com frequência ataques agudos de doença inflamatória, causando morte prematura.
Estimular os que aprendem
É um dever religioso para toda jovem e mulher cristã aprender imediatamente a fazer bom pão, não azedo mas leve, de farinha integral. As mães devem levar as filhas com elas para a cozinha, quando ainda bem jovens, ensinando-lhes a arte de cozinhar. Elas não podem esperar que suas filhas compreendam os mistérios dos cuidados domésticos sem serem educadas. Devem ensiná-las pacientemente, com amor, tornando o serviço o mais agradável possível por seu semblante satisfeito, e animadoras palavras de aprovação. Caso elas falhem uma, duas, ou três vezes, não as censurem. Já o desânimo está fazendo sua obra e tentando-as a dizer: “Não adianta; não consigo fazer isto.” Esse não é o momento para censuras. A vontade está-se tornando fraca. Requer o estímulo de palavras que encorajem, animem, infundam esperança, como: “Não se importe com os erros que cometeu. Você está justo aprendendo, e é natural que erre. Experimente novamente. Firme o pensamento no que está fazendo, tome bastante cuidado, e vai certamente fazer bem.” Muitas mães não avaliam a importância desse ramo de conhecimento, e de preferência a terem o aborrecimento e o cuidado de instruir as filhas e suportar-lhes os erros e enganos, enquanto aprendem, preferem fazer tudo elas próprias. E quando as filhas cometem um erro em seus esforços, mandam-nas embora com “não adianta, você não pode fazer isto ou aquilo. Só me embaraça e perturba mais do que me ajuda”. Assim os primeiros esforços da aprendiz são repelidos, e o primeiro fracasso esfria por tal forma seu interesse e ardor para apren- [263] der, que ela teme outra experiência, e proporá costura, tricô, arrumação de casa, qualquer coisa que não seja cozinhar. Aí a mãe é grandemente culpada. Devia havê-la instruído pacientemente, para que, pela prática, ela obtivesse uma experiência que afastasse o acanhamento e remediasse os movimentos menos hábeis da obreira inexperiente.— Testimonies for the Church 1:681-685 (1868). Mais necessárias as lições de cozinha que a música 393. Alguns são chamados aos deveres considerados humildes — talvez, cozinhar. A ciência culinária, porém, não é de pequena importância. O hábil preparo do alimento é uma das artes mais essenciais, ocupando lugar superior ao ensino da música ou à costura. Com isto não quero diminuir o ensino da música, ou a costura, pois são essenciais. Mais importante ainda, porém, é a arte de preparar comida de maneira que seja a um tempo saudável e saborosa. Esta arte deve ser considerada como a mais valiosa de todas as artes, visto se achar tão ligada com a vida. Ela deve receber mais atenção; pois para formar bom sangue, o organismo necessita de bom alimento. O fundamento do que conserva o povo de boa saúde é a obra médicomissionária da boa cozinha. Muitas vezes a reforma de saúde é tornada deforma-saúde em razão do preparo de comida intragável. A falta de conhecimento relativamente à cozinha saudável, precisa ser remediada antes de a reforma de saúde chegar a ser bem-sucedida. Poucas são as boas cozinheiras. Muitas, muitas mães necessitam tomar lições de cozinha, a fim de poderem pôr diante da família alimento bem preparado e corretamente servido. Antes de os filhos tomarem lições de órgão e piano, deviam recebê-las de cozinha. O trabalho de aprender a cozinhar não precisa excluir a música, mas este aprendizado é de menos importância que o aprender a preparar alimento saudável e apetitoso. — Manuscrito 95, 1901. 394. Vossas filhas podem amar a música, e isto pode estar muito bem e aumentar a felicidade da família; mas o conhecimento da [264] música sem o da arte de cozinhar não vale muito. Quando vossas filhas tiverem sua própria família, certo conhecimento de música e de trabalhos de fantasia não proverão a mesa de um bem preparado almoço, feito com esmero, de modo que não se envergonhem de o pôr diante de seus mais estimados amigos. Mães, sagrada é a vossa obra. Que Deus vos ajude a empreendê-la tendo em vista Sua glória, trabalhando zelosa, paciente e amorosamente para o presente e o futuro bem de vossos filhos, visando unicamente a glória de Deus. — Testimonies for the Church 2:538, 539 (1870). [Comer irregularmente e “debicar” às refeições quando a família está sozinha—284]
Ensinar os mistérios da arte culinária
395. Não negligencieis ensinar vossas filhas a cozinhar. Assim fazendo, comunicais-lhes princípios que elas precisam possuir em sua educação religiosa. Ao dardes a vossos filhos lições de fisiologia, e ensinar-lhes a cozinhar com simplicidade e todavia com perícia, estais pondo o fundamento para os mais úteis ramos de educação. Requer habilidade fazer pão leve e bom. Há religião em cozinhar bem, e ponho em dúvida a religião dos que são demasiado ignorantes e descuidosos para aprender a cozinhar. ... A cozinha deficiente vai lentamente enfraquecendo as energias vitais de milhares. É perigoso para a saúde e a vida comer em certas mesas o pão pesado, azedo, e a outra comida preparada de maneira idêntica. Mães, em vez de dar às vossas filhas preparo na música, instruí-as nesses ramos úteis que têm a mais íntima relação com a saúde. Ensinai-lhes todos os mistérios da cozinha. Mostrai-lhes que isto é parte de sua educação, e essencial para se tornarem cristãs. A menos que a comida seja preparada de maneira saudável, saborosa, não se pode converter em bom sangue, reconstruir os tecidos gastos. — Testimonies for the Church 2:537, 538 (1870). [Tentativa de fazer o açúcar substituir a boa cozinha—527] [Influência da mesa nos princípios da temperança — 551 e 554] [Caso a digestão seja sobrecarregada, é necessária uma investigação— 445] [Menos cozinhar, mais alimentos naturais—166 e 546]
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