O regime durante a gravidez - Conselhos Sobre o Regime Alimentar
O regime durante a gravidez
Influências pré-natais
333. O efeito das influências pré-natais é olhado por muitos pais como coisa de somenos importância: o Céu, porém, não o considera assim. A mensagem enviada por um anjo de Deus, e duas vezes dada da maneira mais solene, mostra que isto merece nossa mais atenta consideração. Nas palavras dirigidas à mãe hebréia, Deus fala a todas as mães de todas as épocas. “De tudo quanto Eu disse à mulher, se guardará ela.” A felicidade da criança será afetada pelos hábitos da mãe. Seus apetites e paixões devem ser regidos por princípios. Existem coisas que lhe convém evitar, coisas a combater, se quer cumprir o desígnio de Deus a seu respeito ao dar-lhe um filho. Se antes do nascimento de seu filho, ela é condescendente consigo mesma, egoísta, impaciente e exigente, esses traços se refletirão na disposição da criança. Assim têm muitas crianças recebido como herança, quase invencíveis tendências para o mal. Mas se a mãe se atém sem reservas aos retos princípios, se é temperante e abnegada, bondosa, amável e esquecida de si mesma, ela pode transmitir ao filho os mesmos traços de caráter. Muito explícita foi a ordem que proibia o uso de vinho pela mãe. Cada gota de bebida forte por ela ingerida para satisfazer seu apetite, põe em perigo a saúde física, mental e moral do filho, sendo um pecado direto contra seu Criador. Muitos aconselham insistentemente que todo desejo da mãe seja satisfeito; assim, se ela deseja qualquer artigo de alimentação, mesmo nocivo, devia satisfazer plenamente o apetite. Tal método é falso e pernicioso. As necessidades físicas da mãe não devem de modo algum ser negligenciadas. Dela dependem duas vidas, e seus desejos devem ser bondosamente considerados, supridas generosamente suas necessidades. Mas neste tempo, mais que em qualquer [218] outro, tanto no regime alimentar como em tudo mais, deve evitar qualquer coisa que possa enfraquecer-lhe o vigor físico ou mental. Pelo próprio mandamento de Deus, ela se encontra na mais solene obrigação de exercer domínio próprio sobre si mesma. — A Ciência do Bom Viver, 372, 373 (1905). 334. Quando o Senhor quis suscitar Sansão para libertador do Seu povo, Ele prescreveu à mãe hábitos corretos de vida antes do nascimento de seu filho. E a mesma proibição devia ser imposta, desde o princípio, ao menino; pois devia ser consagrado a Deus como nazireu, desde o nascimento. O anjo do Senhor apareceu à esposa de Manoá, informandoa de que teria um filho; e em vista disso deu-lhe as importantes orientações: “Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho, ou bebida forte, ou comas coisa imunda.” Tinha Deus uma obra importante para o prometido filho de Manoá realizar, e foi para garantir-lhe as habilitações necessárias para essa obra, que os hábitos tanto da mãe como do filho deviam ser tão cuidadosamente regulados. “Nem vinho nem bebida forte beberá”, foi a instrução do anjo para a esposa de Manoá, “nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará.” Pelos hábitos da mãe o filho será afetado, para o bem ou para o mal. Deve ela mesma ser controlada pelo princípio, e praticar a temperança e renúncia, se quiser buscar o bem-estar do filho. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 37, 38 (1890).
“Guarde-se a mulher”
335. As palavras dirigidas à esposa de Manoá encerram uma verdade que as mães de hoje fariam bem em estudar. Falando àquela mãe, falou o Senhor a todas as mães ansiosas e tristes daquele tempo, e a todas as mães das gerações sucessivas. Sim, toda mãe pode compreender seu dever. Pode ela saber que o caráter de seus filhos dependerá muito mais dos hábitos dela antes de nascerem, e dos seus esforços pessoais após seu nascimento, do que de vantagens [219] ou desvantagens externas. “Guarde-se a mulher”, disse o anjo. Esteja ela preparada para resistir à tentação. Seus apetites e paixões devem ser controlados pelo princípio. De toda mãe se pode dizer: “Guarde-se a mulher.” Há algo que ela deve evitar, algo contra que deve lutar, se quiser cumprir o propósito de Deus para ela, ao dar-lhe um filho. ... A mãe que é hábil professora de seus filhos deve, antes de seu nascimento, formar hábitos de abnegação e domínio próprio; pois transmite-lhes suas próprias qualidades, seus próprios traços de caráter, fortes ou fracos. O inimigo das almas compreende esta questão muito melhor do que o fazem muitos pais. Trará ele tentações à mãe, sabendo que, se não resistir a ele, pode por meio dela afetar seu filho. A única esperança da mãe está em Deus. A Ele pode ela recorrer, em busca de graça e força. Não O buscará em vão. Habilitá-la-á a transmitir a sua prole qualidades que os ajudarão a alcançar êxito nesta vida e a ganhar a vida eterna.—The Signs of the Times, 26 de Fevereiro de 1902.
O apetite não deve tomar as rédeas
336. É erro generalizado não fazer diferença na vida de uma mulher antes do nascimento de seus filhos. Neste importante período o trabalho da mãe deve ser aliviado. Grandes mudanças se estão efetuando em seu organismo. Este requer maior quantidade de sangue, e portanto mais alimento da qualidade mais nutriente, para se transformar em sangue. A menos que tenha suprimento abundante de alimento nutriente, não poderá reter sua força física, e sua prole é privada de vitalidade. Sua roupa também precisa de atenção. Deve ter cuidado em proteger o corpo da sensação de frio. Não deve desnecessariamente chamar a vitalidade para a superfície, a fim de suprir a falta de suficiente roupa. Se a mãe se priva de abundância de alimento saudável e nutritivo, sofrerá falta de sangue, na qualidade e na quantidade. Sua circulação será deficiente e ao filho faltarão os mesmos elementos. Os filhos serão incapazes de assimilar alimento que se possa converter em bom sangue, para nutrir o organismo. O bem-estar da mãe e do filho depende muito de roupa boa e quente, [220] assim como de bastante alimento nutritivo. O saque extra sobre a vitalidade da mãe deve ser considerado e atendido. Mas, por outro lado, a idéia de que a mulher, por causa de seu estado especial, possa deixar o apetite de rédeas soltas, é um erro baseado no costume, mas não no são raciocínio. O apetite da mulher nesse estado pode ser instável, caprichoso, e difícil de ser satisfeito; e o costume permite-lhe qualquer coisa que ela imagine, sem consultar a razão quanto a poder tal alimento suprir-lhe nutrição ao corpo e ao crescimento de seu filho. O alimento deve ser nutriente, mas não de qualidade excitante. Diz o costume que se ela deseja alimentos cárneos, picles, pratos condimentados ou pastéis de carne, que os coma; o apetite, tão-somente, é que deve ser consultado. É este um grande erro, e causa muito dano. Este dano não pode ser calculado. Se há ocasião em que seja necessária a simplicidade no regime alimentar, e cuidado especial quanto à qualidade do alimento tomado, é isso durante esse período importante. As mulheres dirigidas por princípio, e bem instruídas, não se desviarão da simplicidade do regime alimentar, nesse tempo sobretudo. Considerarão que há outra vida que delas depende, e serão cuidadosas em todos os seus hábitos, e especialmente no regime alimentar. Não devem comer o que não nutra e seja excitante, simplesmente por ter bom gosto. Há demasiados conselheiros, prontos a persuadi-las a fazerem coisas que a razão lhes diz que não devem fazer. Nascem crianças doentias por causa da satisfação do apetite por parte dos pais. O organismo não requeria a variedade de alimentos nos quais demoravam o pensamento. Pensar que, por estarem no pensamento devam também estar no estômago, é um grande erro que as mulheres cristãs devem rejeitar. Não deve ser permitido à imaginação controlar as necessidades do organismo. Os que permitem que o paladar os domine, sofrerão a pena da transgressão das leis de seu ser. E a questão não termina aí; sofrerá também sua inocente prole. Os órgãos preparadores de sangue não podem converter em bom sangue os condimentos, pastéis de carne, picles e pratos de carne doentia. E se se introduzir no estômago tanto alimento que os órgãos [221] digestivos sejam obrigados a sobrecarregar-se de trabalho a fim de dispor dele, e livrar o organismo de substâncias irritantes, a mãe faz injustiça a si mesma e põe na prole as bases da doença. Se prefere comer conforme lhe agrade, e aquilo que imagina, independente das conseqüências, ela sofrerá a penalidade, mas não sozinha. Seu filho inocente sofrerá por motivo de sua indiscrição.—Testimonies for the Church 2:381-383 (1870).
Efeitos do excesso de trabalho e de um regime insuficiente
337. Em muitos casos a mãe, antes do nascimento de seus filhos, é deixada a labutar diuturnamente, excitando o sangue. ... Suas forças deviam ter sido cuidadas ternamente. ... Raramente são diminuídos seus encargos, e esse período que, mais que todos os outros, lhe deveria ser um tempo de repouso, é-o de fadiga, tristeza e acabrunhamento. Por demasiado esforço de sua parte, priva ela seu bebê da nutrição que a natureza lhe proveu, e excitando o seu próprio sangue, comunica ao filho má qualidade do mesmo. O bebê é privado de sua vitalidade, privado de forças físicas e mentais.— Healthful Living, cap. 2, 33, 34 (1865). 338. Foi-me mostrado o procedimento de B em sua própria família. Tem ele sido severo e exigente. Adotou a reforma de saúde advogada pelo irmão C e, como ele, abraçou pontos de vista extremos sobre o assunto; e não possuindo mente bem equilibrada, cometeu terríveis desatinos, cujos resultados o tempo não apagará. Auxiliado por trechos extraídos de livros, começou a pôr em prática a teoria que ouvira defendida pelo irmão C e, como ele, fez questão de levar todos a adotarem a norma que ele erigira. Submeteu a família a suas regras rígidas, mas deixou de controlar suas próprias propensões animalescas. Deixou de colocar-se à altura do alvo, subjugando seu corpo. Se tivesse tido conhecimento correto do sistema da reforma de saúde, teria sabido que a esposa não estava em condições de dar à luz crianças sadias. Suas próprias paixões não subjugadas tinham dominado, sem raciocinar da causa para o efeito. Antes do nascimento de seus filhos, não tratava ele a esposa como deve ser tratada uma mulher em suas condições. ... Não proveu a [222] qualidade e quantidade de alimento necessário para nutrir duas vidas em vez de uma. Outra vida dela dependia, e seu organismo não recebia o alimento saudável e nutritivo para lhe suster as forças. Havia falta na quantidade e na qualidade. Seu organismo requeria mudanças, alimento de variedade e qualidade mais nutritivas. Os filhos nasciam-lhe com aparelho digestivo débil e sangue pobre. Do alimento que a mãe era forçada a receber, não podia ela prover boa qualidade de sangue, e portanto deu à luz filhos escrofulosos. — Testimonies for the Church 2:378, 379 (1870).
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