Saudai o Nome de Jesus (1)
Hinário Adventista do Sétimo Dia
Letra: Edward Perrotnet (1726-1792)
Título Original: All Hail the Power of Jesus’ Name
Música: James Ellor (1819-1899)
Texto Bíblico: E olhei, e vi a voz de muitos anjos ao redor do trono e dos seres viventes e dos anciãos; e o número deles era miríades de miríades; e o número deles era miríades de miríades e milhares de milhares, que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Ouvi também a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. (Apocalipse 5:11-13)
1. Saudai o nome de Jesus;
Ó anjos, vos prostrai,
Ó anjos, vos prostrai.
O Filho do glorioso Deus,
Coro:
Com glória, glória, glória,
Glória, com glória coroai!
2. Ó escolhida geração
Do bom e eterno Pai,
Do bom e eterno Pai,
O grande Autor da salvação,
3. Ó perdoados por Jesus,
Alegres adorai,
Alegres adorai;
O Deus de paz, o Deus de luz,
4. 0 raças, tribos e naçôes,
Ao Rei divino honrai,
Ao Rei divino honrai!;
A quem quebrou os vis grilhões,
Veja a história deste hino
O que o coro “Aleluia” do oratório “Messias” é para o corista sacro, o hino “Saudai o Nome de Jesus” é para a congregação “É preeminentemente o hino da coroação de Cristo, o Rei”, conforme Erik Routley, distinto hinólogo, e “reúne toda a história sacra do seu louvor”. As quatro estrofes existentes hoje (das oito originais) exortam a todos os arcanjos, escolhidos, perdoados, tribos raças e nações a coroá-lo. Nas outras estrofes originais também as estrelas da manhã, os serafins, os mártires e os herdeiros da linha de Davi foram convocados a entronizá-lo.
O que quer dizer entronizar Cristo como Rei? Entronizar Cristo quer dizer “fazer dele o foco de todo pensamento, da ação, e da esperança; a considerar nada completo sem ele. Quer dizer aceitar o fato que Cristo não somente convoca a fé dos homens, mas é fiel a eles. Cristo se colocou às ordens do homem, sofreu e morreu. Até no momento da sua coroação, (…) [foi chamado de Cordeiro]. ‘Aleluia! O reino deste mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e reinará pelos séculos dos séculos’. Qual a verdade humana, qual a realização ou esperança que pode ser completa sem se tomar conhecimento deste fato?”
Edward Perronet publicou a primeira estrofe deste magnífico hino na Revista do Evangelho, de Toplady (autor de Rocha Eterna), em 1779, e as oito estrofes na mesma revista em 1780. Muitas vezes revisado e alterado, o hino aparece hoje com três das estofes de Perronet e a última estrofe de John Rippon, adicionada em 1787.
Uma das histórias mais dramáticas descrevendo a maneira que Deus tem usado este magnífico hino vem da Índia, contado pelo missionário E. P. Scott. Na sua missão na Índia, Scott desejava evangelizar certa tribo no interior. Foi prevenido que não deveria se aproximar desta etnia por ser ela muito feroz. Mesmo assim, na convicção que Deus estava lhe mandando, Scott entrou na região com muita coragem.
Quando, por fim, alcançou a região montanhosa, encontrou-se com um grupo destes selvagens. Imediatamente, cercaram-no, apontando as suas lanças para ele com olhares malévolos. Não havia nada nas mãos de Scott além do seu violino. Então, fechando os olhos, começou a tocar e cantar Saudai o Nome de Jesus. Quando terminou, e abriu os seus olhos, esperava ser morto imediatamente. Com suas lanças caídas, [os selvagens] receberam-no primeiro com curiosidade e interesse, e então mais tarde com avidez, enquanto [o missionário] contou-lhes o evangelho, e ganhou as suas almas para Jesus Cristo.
Edward Perronet, , nascido no condado de Kent, na Inglaterra, em 1726, descendia de refugiados huguenotes franceses. Seu pai, pastor anglicano, era amigo íntimo de João e Carlos Wesley. Educado na casa pastoral por professores particulares (há dúvidas quanto a seus estudos na Universidade de Oxford), Perronet decidiu entrar no evangelismo com estes dois irmãos, sofrendo com eles a mesma violência das mãos da população. Trabalhou com os Wesleys até o tempo da separação de muitos metodistas da Igreja Anglicana, separação a que João e Carlos fizeram forte oposição. Perronet uniu-se então aos dissidentes, e pastoreou uma pequena congregação em Canterbury até a sua morte em 1792. Foi autor de diversos livros de poesia e escrituras versificadas. Dos seus hinos só este continua em uso, mas enquanto o povo cristão cantar o louvor de Cristo nesta terra, o hino de Perronet soará.
John Rippon também foi um dos mais influentes pastores dissidentes (não anglicanos) do seu tempo. Nascido em Tiverton, condado de Devon, em 1751, estudou para o ministério na Faculdade Batista de Bristol. Aos 22 anos tornou-se pastor da Igreja Batista em Carter Lane, em Londres, servindo ali até a sua morte.
Rippon fez uma grande contribuição como editor e publicador de O Registro Anual Batista de 1790 a 1802 e reeditou a monumental Exposição do Antigo e Novo Testamento, de John Gill, de nove volumes.
A maior contribuição de Rippon à hinodia é sua coletânea, Selection of Hymmns from the Best Authors (Seleção de Hinos dos Melhores Autores). Esta coletânea teve largo uso, tanto na Inglaterra como na América do Norte. Sua influência sobrepujou a de todos os seus precursores. Tornou-se o modelo para a hinodia batista e também fonte para outros hinários. Foi especialmente notável pelo de hinos originais que apareceram nela pela primeira vez. Em edições subseqüentes, Rippon deu nome às melodias. Algumas desta melodias, como RIPPON, continuam em uso até hoje em todo o mundo.
James Ellor (1819-1899) compôs a melodia DIADEM (Diadema) em 1838 para o aniversário da escola dominical da sua igreja. Neste tempo Ellor, com dezenove anos e chapeleiro por profissão, era diretor da Capela Weswleyana na vila de Drousden, perto de Manchester , na Inglaterra. DIADEM é uma das três melodias mais conhecidas e usadas com a letra de Perronet, e o seu uso se alastrou pelo mundo. A autora deste livro de notas históricas ouviu o testemunho de uma missionária às tribos vietnamitas, de que os crentes de uma das tribos gostavam de cantar o hino com esta melodia a quatro vozes. O amor do mundo cristão ao hino com esta melodia é demonstrado por seu uso contínuo na Aliança Batista Mundial. “Aqueles que assistiram a reunião da ABM no Rio de Janeiro em 1960 lembrarão por muito a alegria da sessão final no estádio do Maracanã onde duzentas mil pessoas se uniram para cantar este hino com esta melodia. “
Bibliografia: Reynolds, William J., Companion to Baptist Hymnal, Nashiville, TN, Broadman Press, 1976,
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