Razões para reforma - Conselhos Sobre o Regime Alimentar

Razões para reforma - Conselhos Sobre o Regime Alimentar
Razões para reforma - Conselhos Sobre o Regime Alimentar


01 - Razões para reforma

Capítulo 1— Razões para reforma



Para glória de Deus

1. A vida é-nos concedida apenas como um empréstimo; e a indagação de cada um devia ser: “Como poderei investir os meus talentos com o melhor proveito? Como poderei fazer o máximo para a glória de Deus e o benefício de meus semelhantes?” Pois a vida só tem valor se usada para a conquista desses objetivos. Nosso primeiro dever para com Deus e nossos semelhantes é o do desenvolvimento próprio. Cada faculdade com que o Criador nos dotou deve ser cultivada ao máximo grau da perfeição, a fim de podermos fazer a maior porção de bem de que formos capazes. Logo é bem empregado o tempo que se usa no estabelecer e preservar a saúde física e mental. Não podemos permitir que definhe ou invalide qualquer função do corpo ou da mente. É indubitável que ao fazermos isto sofreremos as conseqüências. Escolha de vida ou morte Todo homem tem, em grande medida, a oportunidade de fazer de si mesmo aquilo que escolher ser. As bênçãos desta vida, bem como do estado imortal, estão ao seu alcance. Ele pode edificar um caráter de sólido valor, ganhando nova força a cada passo. Pode avançar diariamente em conhecimento e sabedoria, cônscio de novas luzes ao progredir, acrescentando virtude a virtude, graça a graça. Suas faculdades melhorarão com o uso; quanto mais sabedoria alcança, maior será sua capacidade de conquista. Sua inteligência, conhecimento e virtude, desenvolver-se-ão assim com maior força e mais perfeita simetria. Por outro lado, pode ele permitir que suas faculdades se embotem por falta de uso, ou se pervertam por maus hábitos, por falta de domínio próprio ou de resistência moral. O curso de sua vida então [16] se inclina para baixo; ele se torna desobediente à lei de Deus e às leis da saúde. O apetite conquista-o; a inclinação o conduz; torna-se-lhe mais fácil permitir que os poderes do mal, sempre ativos, o arrastem, do que lutar contra eles, indo avante. Seguem-se dissipação, enfermidade e morte. Esta é a história de muitas vidas que podiam ter sido úteis à causa de Deus e à humanidade.—Christian Temperance and Bible Hygiene, 41, 42 (1890); Conselhos Sobre Saúde, 107, 108.

A busca da perfeição

2. Deus deseja que alcancemos a norma de perfeição que o dom de Cristo nos tornou possível. Ele nos convida a fazer nossa escolha do direito, para nos ligarmos com os instrumentos celestes, adotarmos princípios que hão de restaurar em nós a imagem divina. Na palavra escrita e no grande livro da Natureza, Ele revelou os princípios da vida. É nossa obra obter conhecimento destes princípios e, pela obediência, cooperar com Ele na restauração da saúde do corpo bem como da alma. —A Ciência do Bom Viver, 114, 115 (1905). 3. O organismo vivo é propriedade de Deus. A Ele pertence pela criação e pela redenção; e pelo mau uso de qualquer de nossas faculdades roubamos a Deus da honra que Lhe é devida. — Carta 73a, 1896.

Uma questão de obediência

4. A obrigação que temos de nos apresentar a Deus limpos, puros, saudáveis, não é compreendida.— Manuscrito 49, 1897. 5. A falta de cuidado pela maquinaria viva é um insulto ao Criador. Há regras divinamente indicadas que se observadas livrariam os seres humanos de enfermidades e morte prematura. — Carta 120, 1901. 6. Uma das razões por que não desfrutamos mais das bênçãos do Senhor é que não acatamos a luz que Ele Se tem comprazido em nos dar com referência às leis da vida e da saúde. — The Review and Herald, 8 de Maio de 1883. [17] 7. Deus tanto é autor das leis físicas quanto o é da lei moral. Sua lei está escrita com o Seu próprio dedo em cada nervo, em cada músculo e em cada faculdade que confiou ao homem. — Parábolas de Jesus, 347, 348 (1900). 8. O Criador do homem organizou a maquinaria viva de nosso corpo. Cada função é maravilhosa e sabiamente arranjada. E Deus Se comprometeu a manter esta maquinaria humana em saudável ação desde que o instrumento humano obedeça a Suas leis e coopere com Ele. Cada lei governadora da máquina humana deve ser considerada tão divina na origem, caráter e importância como a Palavra de Deus. Cada ação descuidada e desatenta, qualquer abuso em relação ao maravilhoso mecanismo do Senhor, com desrespeito a Suas peculiares leis na habitação humana, é uma violação da lei de Deus. Podemos contemplar e admirar a obra de Deus no mundo natural, mas a habitação humana é o mais maravilhoso. — Manuscrito 3, 1897. [Pecado de adotar procedimento que despenda desnecessariamente vitalidade ou obscureça o cérebro—194] 9. Tão verdadeiramente é pecado violar as leis de nosso ser como o é quebrantar os Dez Mandamentos. Num e noutro caso há transgressão às leis de Deus. Os que transgridem a lei de Deus em seu organismo físico estarão inclinados a violar a lei de Deus proferida no Sinai. [Ver também 63] Nosso Salvador advertiu Seus discípulos de que precisamente antes de Sua segunda vinda existiria uma situação muito semelhante à que precedeu o dilúvio. O comer e beber seria levado ao excesso, e o mundo se entregaria ao prazer. Esse estado de coisas existe presentemente. O mundo está em grande medida entregue à satisfação do apetite; e a disposição de seguir os costumes do mundo nos tornará cativos de hábitos pervertidos — hábitos que nos farão cada vez mais semelhantes aos condenados habitantes de Sodoma. Tenho-me [18] admirado de que os habitantes da Terra não tenham sido destruídos como o povo de Sodoma e Gomorra. Vejo razão suficiente para o presente estado de degeneração e mortalidade no mundo. Cegas paixões controlam a razão, e toda consideração superior é em muitos casos sacrificada à luxúria. Manter o corpo em condições saudáveis, a fim de que todas as partes da maquinaria viva possam agir harmoniosamente, tal deve ser a preocupação de nossa vida. Os filhos de Deus não podem glorificá-Lo com o corpo enfermo ou a mente amesquinhada. Os que condescendem com qualquer espécie de intemperança, seja no comer, seja no beber, desgastam suas energias físicas e enfraquecem as faculdades morais. —Christian Temperance and Bible Hygiene, 53 (1890). 10. Uma vez que as leis da Natureza são leis de Deus, é claro dever nosso dar a essas leis a mais cuidadosa atenção. Devemos estudar seus reclamos em relação a nosso próprio corpo, ajustandonos a eles. A ignorância nessas coisas é pecado. [Ignorância voluntária agrava o pecado—53] “Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo?” “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” 1 Coríntios 6:15, 19, 20. Nosso corpo é adquirida propriedade de Cristo, e não devemos sentir-nos em liberdade de fazer com ele o que nos apraz. Os homens têm procedido assim; têm tratado o seu corpo como se suas leis não previssem penalidade. Por meio do pervertido apetite seus órgãos e faculdades têm-se tornado debilitados, enfermos e inutilizados. E esses resultados que Satanás tem acarretado por suas próprias especiosas tentações, ele usa para escarnecer de Deus. Ele apresenta diante de Deus o corpo humano que Cristo adquiriu como Sua propriedade; e que deformada representação de seu Criador é o homem! Porque pecou contra o corpo, e corrompeu seus caminhos, Deus é desonrado. Quando homens e mulheres são verdadeiramente convertidos, conscienciosamente consideram as leis da vida que Deus estabeleceu em seu ser, buscando assim evitar debilidade física, mental e moral. A obediência a essas leis deve ser feita matéria de dever pessoal. Nós mesmos havemos de sofrer os danos da lei violada. [19] Temos de responder perante Deus por nossos hábitos e práticas. Portanto, o que nos importa perguntar não é: “Que diz o mundo?” mas: “Como eu, que me declaro cristão, trato a habitação que Deus me deu? Trabalharei para o meu mais alto bem temporal e espiritual, guardando o meu corpo como um templo para a habitação do Espírito Santo, ou sacrificar-me-ei eu mesmo às práticas e idéias do mundo?”— Testimonies for the Church 6:369, 370 (1900).

Penalidade pela ignorância

11. Deus criou leis que governam nossa constituição, e essas leis que Ele pôs em nosso ser são divinas, e para cada transgressão está fixada uma penalidade que, cedo ou tarde, será executada. A maioria das enfermidades que a família humana tem padecido e continua padecendo tem sua origem na ignorância das próprias leis orgânicas. Eles parecem indiferentes no que respeita à saúde, e trabalham com perseverança para se fazerem em pedaços, e quando alquebrados e debilitados no corpo e na mente, vão em busca do médico e enchem-se de drogas até morrer. — The Health Reformer, Outubro de 1866.

Nem sempre é ignorância

12. Pessoas há que quando estão falando sobre o assunto de saúde, muitas vezes dizem: “Sabemos muito mais do que praticamos.” Não compreendem que são responsáveis por cada raio de luz recebido com respeito ao seu bem-estar físico, sendo cada um de seus atos franqueado à inspeção de Deus. A vida física não deve ser tratada com indiferentismo. Cada órgão, cada fibra do ser, devem ser religiosamente guardados de práticas danosas. — Testimonies for the Church 6:372 (1900).

Responsabilidade pela luz

13. No tempo em que a luz da reforma da saúde despontou em nós, e desde então, tivemos a diária indagação: “Estou praticando a verdadeira temperança em todas as coisas?” “É o meu regime de molde a colocar-me na posição em que eu possa realizar a maior [20] soma de bem?” Se não podemos responder afirmativamente a essas perguntas, permanecemos em condenação diante de Deus, pois Ele nos fará inteiramente responsáveis pela luz que tem derramado em nosso caminho. Deus releva o tempo de ignorância, mas tão logo a luz brilhe sobre nós, de nós requer mudança nos hábitos destruidores da saúde, e que nos relacionemos devidamente com as leis físicas. — Good Health, Novembro 1880. 14. A saúde é um tesouro. É de todas as posses temporais a mais preciosa. Riqueza, cultura e honra são adquiridas ao elevado preço da perda do vigor da saúde. Nada disso pode assegurar felicidade, se falta a saúde. Terrível pecado é o abuso da saúde que Deus nos deu; tais abusos debilitam nossa vida, tornando-nos perdedores mesmo que ganhemos por esse meio qualquer soma de educação. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 150 (1890). [Exemplos de sofrimento devido ao desrespeito para com a luz — 119 e 204] 15. Deus liberalmente proveu o sustento e felicidade de todas as Suas criaturas; se Suas leis nunca fossem violadas, se todos agissem em harmonia com a vontade divina, saúde, paz e felicidade seriam o resultado em vez de miséria e males contínuos.—Christian Temperance and Bible Hygiene, 151 (1890). 16. Uma cuidadosa conformidade com as leis que Deus implantou em nosso ser, assegurarão saúde, e não haverá debilidade na constituição.— The Health Reformer, Agosto de 1866. [Reforma da saúde, um recurso divino para reduzir o sofrimento — 788]

Uma oferta sem mancha

17. No antigo cerimonial judaico era requerido que cada sacrifício fosse sem mancha. No texto é-nos dito que apresentemos o nosso corpo a Deus em sacrifício vivo, santo e aceitável, que é o nosso culto racional. Nós somos a obra-prima de Deus. O salmista, meditando sobre a maravilhosa obra de Deus na estrutura humana, exclamou: “De um modo terrível e maravilhoso fui formado.” Muitos há que são educados em ciências e estão familiarizados com a teoria da verdade, e não compreendem as leis que governam o seu [21] próprio ser. Deus nos deu faculdades e talentos, e é nosso dever, como Seus filhos e filhas, deles fazer o melhor uso. Se debilitamos essas faculdades da mente e do corpo em virtude de hábitos errôneos ou tolerância para com o apetite pervertido, ser-nos-á impossível honrar a Deus como é nosso dever. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 15 (1890). 18. Deus exige que o corpo Lhe seja oferecido como sacrifício vivo, não morto ou agonizante. As ofertas dos antigos hebreus deviam ser sem mancha; seria aceitável a Deus um sacrifício humano cheio de enfermidades e corrupção? Ele nos diz que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo; e requer de nós que cuidemos deste templo, a fim de que seja habitação apropriada para o Seu Espírito. O apóstolo Paulo nos faz esta admoestação: “Fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” Todos devem ser muito cuidadosos em manter o corpo nas melhores condições de saúde, a fim de poderem prestar a Deus o melhor serviço, cumprindo o seu dever na família e na sociedade. —Christian Temperance and Bible Hygiene, 52, 53; Conselhos Sobre Saúde, 121 (1890).

Uma piedosa oferta

19. Deve-se obter conhecimento quanto ao comer, beber e vestirse, de maneira que seja preservada a saúde. A enfermidade é motivada pela violação das leis da saúde; é o resultado da transgressão das leis da natureza. Nosso primeiro dever, dever pertinente a Deus, a nós mesmos e ao nosso próximo, é a obediência às leis de Deus, as quais incluem as leis da saúde. Se adoecemos, sobrecarregamos nossos amigos e nos incapacitamos a nós mesmos para o cumprimento de nossos deveres para com a família e o próximo. E quando a morte prematura segue-se em resultado da violação da lei natural, acarretamos tristeza e sofrimento aos outros; privamos nossos vizinhos do serviço que lhes devíamos prestar em vida; roubamos nossas famílias do conforto e auxílio que lhes devíamos, e roubamos a Deus do serviço que Ele reclama de nós para a divulgação de Sua glória. Não somos, assim, no pior sentido, transgressores da lei de [22] Deus? Mas Deus é todo piedoso, gracioso e compassivo, e quando vem a luz aos que têm prejudicado a saúde por pecaminosas condescendências, e sentindo-se convencidos de pecado, arrependem-se e buscam perdão, Ele aceita a humilde oferta a Ele devotada, e recebeos. Oh! que terna compaixão o não recusar Ele o remanescente da desregrada vida do pecador arrependido e sofredor! Em Sua graciosa misericórdia Ele salva as almas como que pelo fogo. Mas que inferior, que lamentável sacrifício, afinal, a ser oferecido a Deus! Nobres faculdades foram paralisadas por hábitos errôneos de pecaminosa condescendência. As aspirações são pervertidas e corpo e alma desfigurados.—Testimonies for the Church 3:164, 165 (1872).

Por que a luz sobre a reforma da saúde

20. O Senhor tem feito resplandecer sobre nós a Sua luz nestes últimos dias, a fim de que a obscuridade e as trevas que têm sido acumuladas nas passadas gerações em virtude de pecaminosa condescendência, possam de alguma forma ser dissipadas, e o cortejo de males que tem resultado por causa da intemperança no comer e no beber, seja amenizado. O Senhor em sabedoria designou conduzir o Seu povo a uma posição em que ele seja separado do mundo no espírito e na prática, a fim de que os Seus filhos não sejam tão prontamente levados à idolatria e não sejam maculados com a corrupção prevalecente neste século. É desígnio de Deus que os pais crentes e seus filhos permaneçam como vivos representantes de Cristo, candidatos para a vida eterna. Todos os que são participantes da natureza divina escaparão da corrupção que pela concupiscência há no mundo. É impossível aos que condescendem com o apetite alcançar a perfeição cristã.—Testimonies for the Church 2:399, 400 (1870). 21. Deus tem permitido que a luz da reforma de saúde brilhe sobre nós nestes últimos dias, a fim de que andando na luz escapemos a muitos dos perigos a que estaremos expostos. Satanás está trabalhando com grande afinco para levar homens a serem condescendentes com o apetite, a satisfazerem a inclinação e a gastarem os seus dias em desavisadas doidices. Ele apresenta atrações numa vida de prazer egoísta e condescendência sensual. A intemperança mina [23] as energias tanto da mente como do corpo. Aquele que está assim sobrecarregado, colocou-se no terreno de Satanás, onde será tentado e molestado, e finalmente controlado à vontade pelo inimigo de toda a justiça.—Christian Temperance and Bible Hygiene, 75 (1890). 22. A fim de preservar a saúde, é necessário temperança em todas as coisas — no trabalho, no comer e no beber. Nosso Pai celestial enviou a luz da reforma de saúde a fim de proteger contra os males resultantes do apetite pervertido, de modo que os que amam a pureza e a santidade possam saber como usar com discrição as boas coisas que lhes proveu, de forma que pelo exercício da temperança na vida diária, sejam santificados pela verdade. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 52; Conselhos Sobre Saúde, 120, 121 (1890). 23. Tenha-se em mente sempre que o grande objetivo da reforma de saúde é garantir o desenvolvimento mais elevado possível da mente, da alma e do corpo. Todas as leis da Natureza—que são leis de Deus — foram destinadas para o nosso bem. A obediência a elas promoverá nossa felicidade nesta vida, e nos ajudará a preparar-nos para a vida futura.—Christian Temperance and Bible Hygiene, 120 (1890).

Importância dos princípios de saúde

24. Os princípios que nos foram propostos no começo desta mensagem são tão importantes e devem ser considerados com tanta consciência hoje em dia como o foram então. Muitos há que nunca seguiram a luz dada com respeito ao regime alimentar. É tempo de tirar a luz de sob o alqueire e fazê-la resplandecer com radiação clara e luminosa. Os princípios do regime alimentar significam muito para nós, individualmente, e como povo. ... Todos estão sendo agora experimentados e provados. Fomos batizados em Cristo, e, se desempenharmos nossa parte em renunciar tudo que nos afeta desfavoravelmente, fazendo de nós o que não devemos ser, ser-nos-á concedida força para o crescimento em Cristo, [24] que é a nossa cabeça viva, e veremos a salvação de Deus. Somente quando dermos atenção inteligente aos princípios do viver saudável, seremos habilitados a ver os males que resultam do regime impróprio. Os que, depois de reconhecerem seus erros, tiverem coragem para reformar seus hábitos, hão de experimentar que o processo da reforma exige lutas e muita perseverança. Uma vez educados os gostos, porém, reconhecerão que o uso de alimentos que antes haviam considerado inofensivos, estivera, pouco a pouco, mas de modo seguro, lançando bases para a dispepsia e outras moléstias. — Testimonies for the Church 9:158-160 (1909). Na vanguarda como reformadores 25. Os Adventistas do Sétimo Dia proclamam verdades momentosas. Há mais de quarenta anos o Senhor nos deu luz especial sobre a reforma do regime alimentar, mas de que modo estamos andando nessa luz? Quantos têm recusado viver de acordo com os conselhos de Deus! Como povo, nossos progressos deveriam ser proporcionais à luz que recebemos. Nosso dever é compreender e respeitar os princípios da reforma de saúde. No tocante à temperança, deveríamos haver progredido mais do que qualquer outro povo e, entretanto, há ainda entre nós membros da igreja bem instruídos e mesmo ministros do evangelho que têm pouco respeito pela luz que Deus deu sobre o assunto. Comem o que lhes apraz e procedem do mesmo modo. Os que ocupam cargo de instrutor e dirigente em nossa causa devem estar firmados no terreno da Bíblia, com relação à reforma de saúde e dar testemunho decidido aos que crêem que estamos vivendo nos últimos dias da história deste mundo. Cumpre traçar uma linha divisória entre os que servem a Deus e os que servem a si próprios.— Testimonies for the Church 9:158 (1909). 26. Os que estão “aguardando a bem-aventurada esperança, e o glorioso aparecimento do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo, o qual Se deu a Si mesmo por nós, para nos redimir de toda iniqüidade, e purificar para Si um povo peculiar, zeloso de boas obras”, estarão atrás dos religionistas de hoje que não têm fé no breve aparecimento de nosso Salvador? O povo peculiar, que Ele está purificando para Si, para que seja trasladado para o Céu sem ver [25] a morte, não deve estar para trás de outros em boas obras. Em seus esforços para se purificarem de toda impureza da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus, devem ir tão além de qualquer outra classe de pessoas na Terra, quanto mais exaltada é sua profissão do que a deles.—Testimonies for the Church 1:487 (1867).

Reforma de saúde e oração pelos enfermos

27. A fim de ser purificados e permanecer puros, os adventistas do sétimo dia devem ter o Espírito Santo em seu coração e em seus lares. O Senhor me deu esclarecimento de que quando o Israel de hoje se humilhar perante Ele, e purificar o templo da alma de toda contaminação, Ele ouvirá suas orações em favor dos enfermos e os abençoará no uso dos Seus remédios para as enfermidades. Quando em fé o instrumento humano faz tudo que pode para combater as enfermidades, usando os métodos simples de tratamento que Deus proveu, seus esforços serão abençoados por Deus. Se, depois de tanta luz que lhe tem sido dada, o povo de Deus acariciar hábitos errôneos, mostrando-se tolerantes consigo mesmos e recusando a reforma, sofrerão as infalíveis conseqüências de sua transgressão. Se estiverem resolvidos a satisfazer o apetite pervertido a qualquer custo, Deus não os salvará milagrosamente das conseqüências de sua tolerância. “Em tormentos” jazerão. Isaías 50:11. Os que preferem ser presunçosos, dizendo: “O Senhor me tem curado, e eu não preciso restringir o meu regime; posso comer e beber o que me aprouver”, logo estarão precisando, no corpo e na alma, do poder restaurador de Deus. Só porque o Senhor vos tem curado graciosamente, não deveis pensar que podeis ser tolerantes com as práticas egoísticas do mundo. Fazei como Cristo ordenava após haver realizado uma cura: “Vai, e não peques mais.” João 8:11. O apetite não deve ser um deus para vós. — Testimonies for the Church 9:164, 165 (1909). 28. A reforma da saúde é um ramo da obra especial de Deus para benefício de Seu povo. ... Vi que o motivo por que Deus não ouvia mais plenamente as [26] orações de Seus servos pelos doentes entre nós, era que Ele não podia ser glorificado nisto enquanto eles estivessem violando as leis da saúde. E vi também ser Seu desígnio que a reforma da saúde e o Instituto de Saúde preparem o caminho para que a oração da fé possa ser plenamente atendida. A fé e as boas obras devem andar de mãos dadas no aliviar os doentes que há entre nós, e em preparálos para glorificar a Deus aqui e serem salvos na vinda de Cristo. — Testimonies for the Church 1:560 (1867); Testemunhos Selectos 1:216. 29. Muitos têm esperado que Deus os guarde de enfermidades, meramente porque Lho suplicaram. Mas Deus não deferiu suas orações, porque sua fé não foi corroborada pelas obras. Deus não operará milagres para livrar de enfermidades aqueles que não cuidam de si mesmos, mas estão de contínuo violando as leis da saúde, e não fazem esforços para evitar as enfermidades. Quando fazemos tudo que podemos para ter saúde, então podemos esperar que abençoados resultados se sigam, e podemos pedir com fé a Deus que abençoe nossos esforços pela preservação da saúde. Ele responderá então a nossas orações, se Seu nome puder ser glorificado por isto. Mas compreendam todos que há uma obra para fazerem. Deus não operará de maneira miraculosa para preservar a saúde de pessoas que estão seguindo um caminho que fatalmente os fará enfermos, por causa de sua desatenção para com as leis da saúde. Os que lisonjeiam o apetite, e então sofrem em virtude de sua intemperança, e tomam drogas para se aliviarem, podem estar certos de que Deus não Se interporá para assegurar-lhes a saúde e salvarlhes a vida tão temerariamente posta em perigo. A causa produziu o efeito. Muitos, como último recurso, seguem a indicação da Palavra de Deus, e solicitam as orações dos anciãos da igreja para a restauração de sua saúde. Deus não considera apropriado responder a orações feitas em favor de tais pessoas, pois sabe que se tiverem restaurada a saúde, voltarão a sacrificá-la sobre o altar do apetite doentio.—Spiritual Gifts 4:144, 145 (1864). [Ver também 713]

Uma lição do fracasso de Israel

30. O Senhor deu Sua palavra ao Israel antigo de que se se apegassem firmemente a Ele e cumprissem todos os Seus recla- [27] mos, guardaria todos os Seus das doenças que haviam atribulado os egípcios; mas essa promessa foi feita sob condição de obediência. Se os israelitas houvessem obedecido às instruções recebidas, aproveitando-se de suas vantagens, ter-se-iam tornado para o mundo um modelo de saúde e prosperidade. Deixaram de cumprir o plano divino e, desta forma, de receber também as bênçãos que poderiam ter sido suas. Mas em José e Daniel, Moisés e Elias e em muitos outros, temos exemplos nobres dos resultados que se podem obter de um plano sábio de vida. Da mesma maneira a fidelidade hoje em dia produzirá resultados idênticos. É para nós que está escrito: “Vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” 1 Pedro 2:9.— Testimonies for the Church 9:165 (1909); Testemunhos Selectos 3:364, 365. 31. Houvessem os israelitas obedecido às instruções recebidas, e aproveitado suas vantagens, e teriam sido para o mundo uma lição objetiva de saúde e prosperidade. Se, como um povo, houvessem vivido em harmonia com o plano de Deus, teriam sido preservados das moléstias que afligiam outras nações. Haveriam, mais que qualquer outro povo, possuído resistência física e vigor intelectual. — A Ciência do Bom Viver, 283 (1905). [Ver também 641-644] A carreira cristã 32. “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós porém, a incorruptível.” 1 Coríntios 9:24, 25. Aqui os bons resultados do domínio próprio e de hábitos equilibrados são manifestados. Os diferentes jogos instituídos entre os antigos gregos em honra dos seus deuses, são-nos apresentados pelo apóstolo Paulo para ilustrar o embate espiritual e sua recompensa. Os que deviam participar desses jogos eram treinados na mais severa disciplina. Toda tolerância que tendesse a debilitar as faculdades [28] físicas era proibida. Alimentos suntuosos e vinho eram proibidos, a fim de que fosse promovido o vigor físico, resistência e firmeza. Conquistar o prêmio pelo qual lutavam—uma grinalda de perecíveis flores, outorgada em meio aos aplausos da multidão — era considerado a mais alta honra. Se tanto podia ser suportado, tanta renúncia praticada, na esperança de conquistar prêmio tão sem valia, prêmio que somente um podia alcançar, quão maior não devia ser o sacrifício, quão mais intensa a disposição para a abnegação, tendo em vista uma coroa incorruptível e a vida eterna! Há uma obra que nos compete fazer — obra inflexível e de zelo. Todos os nossos hábitos, gostos e inclinações devem ser educados em harmonia com as leis da vida e da saúde. Dessa forma podemos garantir as melhores condições físicas, e teremos clareza mental para discernir entre o mau e o bom.—Christian Temperance and Bible Hygiene, 25-28 (1890).

O exemplo de Daniel

33. Para compreender corretamente o assunto da temperança, precisamos considerá-lo do ponto de vista bíblico; e nenhum outro exemplo ilustra de maneira mais completa e implícita a verdadeira temperança e as bênçãos que se lhe seguem, do que a história do profeta Daniel e seus companheiros hebreus na corte de Babilônia. ... Deus sempre honra o direito. Os mais promissores jovens de todas as terras subjugadas pelo grande conquistador tinham sido reunidos em Babilônia; mas dentre todos eles sobressaíam os cativos hebreus. A forma ereta, o passo firme, elástico, a agradável fisionomia, os sentidos apurados, o hálito incontaminado — tudo isto era um certificado de bons hábitos, insígnia da nobreza com que a Natureza honra os que são obedientes a suas leis. A história de Daniel e seus companheiros foi registrada nas páginas da Palavra Inspirada para o benefício da juventude dos séculos futuros. O que homens fizeram, homens podem fazer. Não permaneceram esses jovens hebreus firmes em meio a grandes tentações, e não deram nobre testemunho em favor da verdadeira temperança? Pois a juventude hoje pode dar idêntico testemunho. [29] A lição aqui apresentada é dessas que convém bem considerar. O perigo para nós não está na carência, mas na abundância. Somos constantemente tentados ao excesso. Os que desejarem preservar suas faculdades não diminuídas para o serviço de Deus, precisam observar estrita temperança no uso de Suas bênçãos, bem como total abstinência de tudo que represente condescendência prejudicial ou degradante. A geração que desponta está cercada de seduções destinadas a tentar o apetite. Em nossas grandes cidades, especialmente, toda espécie de condescendência torna-se fácil e convidativa. Aqueles que, como Daniel, recusarem aviltar-se, colherão os frutos de seus hábitos de temperança. Na posse de maior capacidade física e de aumentado poder de resistência, possuem um depósito bancário do qual sacar em caso de emergência. Hábitos físicos corretos promovem a superioridade mental. Faculdade intelectual, força física e longevidade dependem de leis imutáveis. Nesta questão o acaso não existe. O Deus da Natureza não interferirá para preservar os homens das conseqüências da violação das leis da Natureza. Há muita genuína verdade no adágio: “O homem é o arquiteto do seu próprio destino.” Conquanto os pais sejam responsáveis pela estampa do caráter, bem como pela educação e instrução de seus filhos, é ainda verdade que nossa posição e prestatividade no mundo dependem, em grande medida, de nossa própria conduta. Daniel e seus companheiros desfrutaram os benefícios de instrução e educação corretas logo nos primeiros tempos de vida, mas essas vantagens tão-somente, não teriam feito deles o que foram. Chegou o momento em que deviam agir por si mesmos, quando o futuro deles dependia de sua conduta. Decidiram então ser fiéis às lições que lhes foram dadas na meninice. O temor de Deus, que é o princípio da sabedoria, foi o fundamento de sua grandeza. O Espírito de Deus fortaleceu-lhes cada propósito bom, cada nobre resolução. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 25-28 (1890). 34. Os jovens [Daniel, Hananias, Misael e Azarias] desta escola de preparo deviam não somente ser admitidos no palácio real, mas [30] também comer do alimento e beber do vinho que se serviam à mesa do rei. Em tudo isto o rei considerou que lhes não estava apenas concedendo grande honra, mas assegurando-lhes o melhor desenvolvimento físico e mental que poderiam obter. Entre as iguarias que se serviam ao rei estavam a carne de porco e outros alimentos declarados impuros pela lei de Moisés e terminantemente proibidos aos hebreus como alimento. Aqui Daniel foi colocado perante difícil prova. Devia ele apegar-se aos ensinamentos de seus pais sobre comidas e bebidas, e desagradar o rei, com a provável perda não apenas de sua posição mas da própria vida; ou desconsiderar os mandamentos do Senhor e conservar o favor do rei, garantindo-se dessa forma vantagens intelectuais e as mais sedutoras perspectivas mundanas? Daniel não hesitou muito. Decidiu firmar-se em sua integridade, fosse qual fosse o resultado. Ele resolveu “firmemente não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia”. Há muitos entre os professos cristãos hoje que denunciariam Daniel como tendo sido demasiado minucioso, julgando-o estreito e fanático. Consideram de mínima conseqüência a questão de comer ou beber, para que se reclame uma posição assim decidida—posição que envolve o provável sacrifício de toda vantagem terrena. Mas os que assim arrazoam verificarão no dia do juízo que viraram as costas a expressas exigências de Deus, tendo colocado sua própria opinião como norma do que é direito ou errado. Descobrirão que o que lhes parecia sem importância não era assim considerado por Deus. Seus reclamos devem ser obedecidos religiosamente. Os que aceitam qualquer dos Seus preceitos e a eles obedecem por serlhes assim conveniente, ao passo que rejeitam outros porque sua observância demandaria sacrifício, rebaixam a norma do direito, e por seu exemplo levam outros a levianamente considerar a santa lei de Deus. “Assim diz o Senhor” deve ser nossa regra em todas as coisas. ... O caráter de Daniel é apresentado ao mundo como um tácito exemplo do que a graça de Deus pode fazer de homens caídos por natureza e corrompidos pelo pecado. O registro de sua vida nobre, abnegada, é um encorajamento para a nossa comum humanidade. Daí podemos angariar força para nobremente resistir à tentação e, [31] firmemente, na graça da mansidão, permanecer ao lado do direito sob a mais severa prova. Daniel poderia ter encontrado uma desculpa plausível para pôr de lado seus estritos hábitos de temperança; mas para ele a aprovação de Deus era mais estimada do que o favor do mais poderoso potentado terrestre—mais estimada mesmo do que sua própria vida. Havendo por sua delicada conduta alcançado o favor de Melzar, o funcionário que tinha a seu cargo os jovens hebreus, Daniel pediu que lhes fosse permitido não comer das iguarias do rei, nem beber do seu vinho. Melzar temia que se concordasse com este pedido viesse a cair no desagrado do rei, pondo sua própria vida em perigo. Como acontece com muitos hoje, ele supunha que um regime de abstenção tornaria esses jovens pálidos, de aparência doentia e deficientes em força muscular, ao passo que a alimentação luxuriante da mesa do rei os tornaria corados e belos, dando-lhes capacidade física superior. Daniel solicitou que a questão fosse decidida numa prova de dez dias, breve período no qual seria permitido aos jovens hebreus servir-se de alimentos simples, enquanto os outros se serviriam das iguarias do rei. A solicitação foi finalmente atendida, e Daniel sentiu que havia ganho a causa. Embora ainda jovem, havia ele visto os danosos efeitos do vinho e da vida desregrada sobre a saúde física e mental. Ao final dos dez dias os resultados se provaram exatamente o oposto do que Melzar esperava. Não somente na aparência pessoal, mas também na atividade física e vigor mental, os que haviam sido temperantes em seus hábitos exibiam uma evidente superioridade sobre os seus companheiros que haviam sido condescendentes com o apetite. Como resultado desta prova, permitiu-se a Daniel e seus companheiros continuar seu regime simples durante todo o curso de seu treinamento para os deveres do reino.

Alcançada a aprovação de Deus

O Senhor teve em aprovação a abnegação e firmeza desses jovens hebreus, e Suas bênçãos seguiram-nos. Ele lhes deu “o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteli- [32] gência de todas as visões e sonhos”. E ao expirarem os três anos de aprendizado, quando sua capacidade e erudição foram testadas pelo rei, “entre todos não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso passaram a assistir diante do rei. E em toda matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino”. Aqui está uma lição para todos, mas especialmente para os jovens. Estrita conformidade com os reclamos de Deus é benéfica à saúde do corpo e da mente. Para alcançar a mais elevada norma de consecuções morais e intelectuais, é necessário sabedoria e força de Deus, e observar estrita temperança em todos os hábitos da vida. Na experiência de Daniel e seus companheiros temos um exemplo da vitória do princípio sobre a tentação de condescender com o apetite, uma demonstração de que mediante o princípio religioso podem os jovens triunfar sobre a concupiscência da carne, e permanecer fiéis aos reclamos de Deus, mesmo que isso custe grande sacrifício. — The Review and Herald, 25 de Janeiro de 1881. [Regime de Daniel 117, 241, 242.]

Despreparados para o alto clamor

35. A reforma de saúde, foi-me mostrado, é parte da terceira mensagem angélica, e está com ela tão intimamente relacionada como está o braço e a mão com o corpo humano. Vi que nós como um povo precisamos fazer um movimento de progresso nesta grande obra. Pastores e povo precisam agir em harmonia. O povo de Deus não está preparado para o alto clamor da terceira mensagem angélica. Eles têm uma obra a fazer por si mesmos, e que não podem deixar para que Deus a faça por eles. Ele deixou esta obra para que eles a façam. É uma obra individual; uma obra que não pode ser deixada para outro. “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” A glutonaria é o pecado prevalecente neste século. O lascivo apetite torna homens e mulheres escravos, obscurecendo-lhes o intelecto e estupidificando-lhes a sensibilidade moral a tal ponto que as sagradas e elevadas verdades da Palavra de Deus não são apreciadas. As inclinações inferiores têm dominado homens e mulheres. [33] Para que esteja em condições para a trasladação, o povo de Deus deve conhecer a si mesmo. Precisa compreender, com respeito a sua estrutura física, que podem com o salmista, exclamar: “De um modo terrível e tão maravilhoso fui formado!” Salmos 139:14. Devem eles ter sempre o apetite em sujeição aos órgãos morais e intelectuais. O corpo deve ser servo da mente, e não a mente serva do corpo. — Testimonies for the Church 1:486, 487 (1867).

Preparo para o refrigério

36. Deus deseja que o Seu povo se purifique de toda impureza da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor do Senhor. Todos os que são indiferentes e se omitem dessa obra, esperando que o Senhor faça por eles o que a eles compete fazer, estarão desprotegidos quando os mansos da Terra, que põem por obra o Seu juízo, forem escondidos no dia da ira do Senhor. Foi-me mostrado que, se o povo de Deus não fizer esforços, de sua parte, mas esperar apenas que sobre eles venha o refrigério, para deles remover os defeitos e corrigir os erros; se nisso confiarem para serem purificados da imundícia da carne e do espírito, e preparados para tomar parte no alto clamor do terceiro anjo, serão achados em falta. O refrigério ou poder de Deus só atingirá os que se houverem para ele preparado, fazendo o trabalho que Deus ordena, isto é, purificando-se de toda a impureza da carne e do espírito, aperfeiçoando-se em santidade, no temor de Deus.—Testimonies for the Church 1:619, 3ts, 214 (1867).

Apelos ao hesitante

37. O deixar de seguir saudáveis princípios tem maculado a história do povo de Deus. Tem havido constante afastamento da reforma de saúde, e como resultado Deus é desonrado por grande falta de espiritualidade. Têm-se erguido barreiras que jamais seriam conhecidas se o povo de Deus tivesse andado na luz. Permitiremos nós, que temos tido tão grandes oportunidades, [34] que o povo do mundo tome a nossa frente na reforma de saúde? Aviltaremos nossa mente e rebaixaremos nossa capacidade comendo de maneira errada? Transgrediremos a santa lei de Deus seguindo práticas egoístas? Tornar-nos-emos por nossa incoerência motivo de zombaria? Viveremos de maneira tão anticristã que o Salvador Se envergonhe de nos chamar irmãos? Não deveríamos antes realizar essa obra médico-missionária que é o evangelho na prática, vivendo de tal maneira que a paz de Deus reine em nosso coração? Não devíamos remover toda pedra de tropeço dos pés dos incrédulos, lembrando-nos sempre do que constitui dever de um professo cristão? Muito melhor é abandonar o nome de cristão do que fazer uma profissão de fé e ao mesmo tempo transigir com o apetite que fortalece paixões não santificadas. Deus pede a cada membro da igreja que dedique sem reservas sua vida ao serviço do Senhor. Ele pede decidida reforma. Toda a criação geme sob a maldição. O povo de Deus deve colocar-se onde cresça na graça, sendo santificado no corpo, na alma e no espírito, pela verdade. Quando romperem com toda ruinosa tolerância em matéria de saúde, terão mais clara percepção do que significa verdadeira piedade. Maravilhosa mudança será vista na experiência religiosa. —The Review and Herald, 27 de Maio de 1902; Conselhos Sobre Saúde, 578, 579.

Todos sendo provados

38. É de grande importância que individualmente desempenhemos bem nossa parte e tenhamos nítida compreensão do que devemos comer ou beber, e como viver de molde a preservar a saúde. Todos estão sendo provados para que se veja se aceitarão os princípios de reforma de saúde ou seguirão uma conduta de condescendência própria. Que ninguém pense que pode fazer como lhe aprouver em matéria de dietética. Mas diante de todos que se assentam à mesa convosco, deixai claro que seguis princípios em questão de alimentação, como em tudo mais, a fim de que a glória de Deus seja revelada. Não vos podeis permitir agir de outra forma; pois tendes que formar caráter para a futura vida imortal. Grandes responsabilidades repousam sobre cada alma humana. Compreendamos essas responsabilidades e levemo-las nobremente em nome do Senhor. [35] A todo que é tentado a condescender com o apetite, eu gostaria de dizer: Não se renda à tentação, mas restrinja-se ao uso de alimentos saudáveis. É-lhe possível disciplinar-se para o desfruto de um regime saudável. O Senhor ajuda aos que procuram ajudar-se; mas quando os homens não tomam cuidados especiais a fim de seguirem a mente e a vontade de Deus, como pode Ele cooperar com eles? Desempenhemos nossa parte, operando nossa salvação com tremor e temor — temor e tremor pelo receio de errar no trato de nosso corpo, que, diante de Deus, estamos na obrigação de conservar na mais saudável condição possível. — The Review and Herald, 10 de Fevereiro de 1910.

Reforma do coração—A verdadeira reforma

39. Os que trabalham no serviço de Deus não devem estar procurando satisfação mundana e condescendência egoísta. Os médicos de nossas instituições devem estar imbuídos dos vivos princípios da reforma de saúde. Jamais serão os homens verdadeiramente temperantes sem que a graça de Cristo seja um permanente princípio no coração. Nem todos os apelos do mundo vos farão a vós ou a vossa esposa reformadores da saúde. Nenhuma mera restrição de vossa dieta curará vosso apetite doentio. O irmão e a irmã _____ não praticarão a temperança em todas as coisas enquanto o seu coração não for transformado pela graça de Deus. As circunstâncias não podem operar reformas. Cristianismo pressupõe uma reforma do coração. O que Cristo opera no interior, será manifesto no exterior sob os ditames de um intelecto convertido. O plano de iniciar pelo exterior e procurar operar interiormente, tem sempre falhado e falhará sempre. O plano de Deus para vós é começar na própria sede de todas as dificuldades— o coração— e então do coração hão de jorrar os princípios da justiça; a reforma será tanto externa como interna. — Special Testimonies, Série A, 9:54 (1896). 40. Os que aproximam as normas tanto quanto podem da ordem de Deus, segundo a luz que Ele lhes tem dado através de Sua Palavra e dos testemunhos do Seu Espírito, não mudarão sua conduta a fim de satisfazer aos desejos dos seus amigos ou parentes, sejam eles [36] um, dois ou um exército, que estiverem vivendo contrariamente ao sábio plano de Deus. Se partimos do princípio nessas coisas, se observamos estritas regras de dietética, se como cristãos educamos o nosso gosto de acordo com o plano de Deus, exerceremos uma influência que estará em harmonia com a mente de Deus. A pergunta é: “Estamos dispostos a ser verdadeiros reformadores da saúde?” — Carta 3, 1884. [Para contexto ver 720]

Uma pergunta de primordial importância

41. Fui incumbida de dirigir uma mensagem a todo o nosso povo no tocante à reforma de saúde; pois muitos se têm desviado de sua anterior fidelidade a esses princípios. O propósito de Deus, em relação aos Seus filhos, é que cresçam até à estatura perfeita de homens e mulheres em Cristo Jesus. Para o conseguir, cumpre que façam uso legítimo de toda faculdade do espírito, alma e corpo. Não devem desperdiçar nenhuma força mental nem física. O assunto de como preservar a saúde é de importância capital. Estudando-o no temor de Deus, acharemos que o melhor para nossa prosperidade, tanto física como espiritual, é observar regime alimentar simples. Estudemos pacientemente a questão. Necessitamos de sabedoria e bom critério, a fim de proceder sabiamente neste assunto. As leis da Natureza não devem ser transgredidas, mas obedecidas. Os que têm sido instruídos com relação aos efeitos prejudiciais do uso da alimentação cárnea, do chá e do café, bem como de comidas muito condimentadas, e que estão resolvidos a fazer com Deus um concerto com sacrifício, não hão de continuar a satisfazer o seu apetite com alimentos que sabem ser prejudiciais à saúde. Deus requer que o apetite seja dominado, e se pratique a renúncia no tocante às coisas que fazem mal. É esta uma obra que tem de ser feita antes que o povo de Deus possa ser apresentado diante dEle perfeito. O povo remanescente de Deus deve estar convertido. A apresentação desta mensagem, visa à conversão e santificação das almas. Devemos sentir neste movimento a virtude do Espírito de Deus. É esta uma mensagem maravilhosa e definida; significa tudo para quem a recebe e deve ser proclamada em alta voz. Devemos ter [37] fé verdadeira e constante em que esta mensagem há de continuar aumentando de importância até ao fim. Alguns crentes professos aceitam certas porções dos Testemunhos como mensagens de Deus, ao passo que rejeitam outras que condenam suas inclinações favoritas. Essas pessoas estão contrariando a própria prosperidade, bem como a da igreja. Importa que andemos na luz, enquanto ela estiver conosco. Os que dizem crer na reforma de saúde, e contudo lhe contrariam os princípios nas suas práticas quotidianas, estão prejudicando a própria alma, deixando má impressão no espírito de outros crentes e dos incrédulos. Arcam com grande responsabilidade os que conhecem a verdade, para conseguir que todas as suas obras correspondam à sua fé, sua vida seja purificada e santificada, e eles preparados para a obra que tem de ser rapidamente feita nestes últimos dias. Não dispõem de tempo nem de forças para gastá-los com satisfazer o apetite. As seguintes palavras devem soar-nos aos ouvidos com impressiva gravidade: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” Atos dos Apóstolos 3:19. Muitos dentre nós têm espiritualidade deficiente, e, a menos que sejam totalmente convertidos, se perderão irremediavelmente. Quereis correr este risco?... Somente a virtude de Cristo é que pode operar uma transformação do coração e do espírito, a qual todos necessitam a fim de poder com Ele partilhar a nova vida no reino dos Céus. “Aquele que não nascer de novo”, disse Jesus, “não pode ver o reino de Deus.” João 3:3. A religião que vem de Deus é a única que a Ele conduz. Para podermos servi-Lo como convém, importa nascer do divino Espírito. Seremos então induzidos à vigilância, tendo purificado o coração e renovado o entendimento, e obtido graça para conhecer e amar a Deus. Isto nos tornará dispostos para obedecer a todos os reclamos divinos, que é o em que consiste o culto legítimo. — Testimonies [38] for the Church 9:153-156 (1909); Testemunhos Selectos 3:354-356.

Frente unida

42. Tem-nos sido entregue a obra de promover a reforma de saúde. O Senhor deseja que o Seu povo viva em mútua harmonia. Como deveis saber, não deixaremos a posição que nos últimos trinta anos* o Senhor nos tem indicado como norma. Acautelai-vos quanto a vossa posição contrária à obra da reforma de saúde. Ela prosseguirá, pois é o meio pelo qual o Senhor alivia os sofrimentos no mundo e purifica o Seu povo. Cuidai quanto à atitude que ides assumir, não aconteça sejais achado causando divisão. Meu irmão, embora falheis em introduzir no vosso lar e em vossa família as bênçãos que advêm com o seguir os princípios da reforma de saúde, não prejudiqueis aos outros pela oposição à luz que Deus tem outorgado sobre este assunto. — Carta 48, 1902. [Special Testimonies, Série A, 7:40] Conselhos Sobre Saúde, 561, 562. 43. O Senhor entregou ao Seu povo uma mensagem sobre reforma de saúde. Esta luz tem estado a brilhar no seu caminho por trinta anos; e o Senhor não pode manter Seus servos em uma conduta que a contrarie. Ele Se desgosta quando os Seus servos agem em oposição à mensagem sobre este ponto, mensagem que Ele deseja dêem a outros. Pode Ele mostrar-Se satisfeito quando metade dos obreiros que trabalham num campo, ensinam que os princípios da reforma de saúde estão intimamente ligados à mensagem do terceiro *Escrito em 1902. anjo como o braço está ligado ao corpo, enquanto os seus coobreiros, pela prática, ensinam princípios inteiramente opostos? Isto é considerado aos olhos de Deus como um pecado. ... Nada leva maior desencorajamento às sentinelas do Senhor do que estar associadas com os que têm capacidade mental, que compreendem as razões de nossa fé, mas por preceito e exemplo manifestam indiferença para com obrigações morais. Não se pode brincar com a luz dada por Deus sobre a reforma de saúde sem prejuízo para os que o tentam; e homem nenhum pode esperar ser bem-sucedido na obra de Deus enquanto, por preceito e exemplo, age em oposição à luz que Deus enviou. [39] 44. E importante que os pastores dêem instruções com respeito à vida de temperança. Devem mostrar a relação existente entre o comer, trabalhar, descansar e vestir e a saúde. Todo que crê na verdade para estes últimos dias, tem algo a ver com este assunto. Diz-lhes respeito, e Deus requer deles que despertem e se interessem nesta reforma. Ele não Se agradará de sua conduta se considerarem esta questão com indiferença. —Testimonies for the Church 1:618 (1867).

Tropeçando nas bênçãos

45. Disse o Anjo: “Abstende-vos das concupiscências carnais que combatem contra a alma.” Tendes tropeçado ante a reforma de saúde. Ela vos parece um apêndice desnecessário à verdade. Não é assim; ela é parte da verdade. Aqui está diante de vós uma obra que se tornará mais achegada e será mais probante que qualquer outra coisa que vos tenha sido imposta. Enquanto hesitais e dais as costas, deixando de vos apegar às bênçãos que é vosso privilégio receber, sofreis perda. Estais tropeçando na própria bênção que o Céu tem posto em vosso caminho para tornar menos difícil o vosso progresso. Satanás vos apresenta isto sob a luz mais objetável, a fim de que combatais aquilo que se vos provaria o maior benefício e que seria para a vossa saúde física e espiritual. — Testimonies for the Church 1:546 (1867). [Escusas para procedimento errôneo adotado sob influências satânicas— 710]

Considerai o juízo

46. O Senhor pede voluntários que entrem para o Seu exército. Homens e mulheres enfermos devem tornar-se reformadores da saúde. Deus cooperará com os Seus filhos em preservar-lhes a saúde, se forem cuidadosos no comer, recusando sobrecarregar desnecessariamente o estômago. Graciosamente Ele tornou certo e seguro o caminho da natureza, largo bastante para que todos andem nele. Para o nosso sustento Ele nos deu os puros e saudáveis produtos da terra. Aquele que não aceita a instrução que Deus deu em Sua Palavra [40] e em Suas obras, e que não obedece à ordem divina, possui uma experiência deficiente. É um cristão enfermo. Sua vida espiritual está debilitada. Ele vive, mas sua vida não possui fragrância. Desperdiça preciosos momentos de graça. Muitos têm feito ao corpo demasiado dano por desrespeito às leis da vida, e estão sujeitos a jamais poderem recuperar-se dos efeitos de sua negligência; mas podem mesmo agora arrepender-se e converter-se. O homem tem procurado ser mais sábio que Deus. Tem-se tornado uma lei para si mesmo. Deus requer de nós que demos atenção aos Seus reclamos, não mais O desonrando por debilitar nossas faculdades físicas, mentais e espirituais. Decadência prematura e morte, são o resultado de afastar-se de Deus para seguir os caminhos do mundo. O que se condescende com o eu tem de sofrer a penalidade. No juízo veremos quão seriamente Deus considera a violação das leis da saúde. Então, ao lançar um olhar retrospectivo a nossa conduta, veremos que conhecimento de Deus poderíamos ter alcançado, que nobre caráter poderíamos ter adquirido, se tivéssemos tomado a Bíblia como nossa conselheira. O Senhor está esperando que o Seu povo se torne sábio no entendimento. Ao ver ruína, deformidade e doenças que têm vindo ao mundo como resultado da ignorância em relação ao próprio cuidado do corpo, como podemos deixar de dar a advertência? Cristo declarou que como foi nos dias de Noé, quando a Terra estava cheia de violência e corrompida pelo crime, assim seria quando o Filho do homem tivesse de Se revelar. Deus nos tem dado grande luz, e se andarmos nesta luz, veremos Sua salvação. Há necessidade de mudanças decididas. É tempo de humilharmos nosso coração orgulhoso e obstinado, e buscarmos ao Senhor enquanto Ele pode ser achado. Como povo precisamos humilhar nosso coração diante de Deus; pois as cicatrizes de nossa incoerência estão em nossa prática. O Senhor pede que entremos nas fileiras. O dia é quase findo. A noite aí está. Já se podem ver os juízos de Deus, tanto na terra como no mar. Nenhum segundo tempo de graça é-nos assegurado. Este não é tempo para falsos movimentos. Agradeça cada um de nós a Deus o termos ainda uma oportunidade de formar o caráter para a vida eterna futura.—Carta 135, 1902.



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